sábado, 5 de novembro de 2011

A vírgula de “mas”

Há um costume de sempre se empregar uma vírgula depois da conjunção “mas”.

Para algumas pessoas, isso é automático: usou “mas”, vírgula!

No entanto, nem sempre essa conjunção adversativa é acompanhada de vírgula.

A obrigatoriedade da vírgula só existe quando ela liga orações de um mesmo período:

Ele falou muito, mas não disse nada.

Saiu cedo, mas chegou tarde.


Come muito, mas não engorda.


Note que, nesse caso, a vírgula sempre vem antes de “mas”.

A vírgula, porém, é facultativa quando esse “mas” localizado no meio do período tem valor aditivo (equivale a “e”):

Não só o pai mas também o filho viajaram.

Não só o pai, mas também o filho viajaram.


Quando a conjunção “mas” aparece no início do período, a conversa é outra.

Aqui, só haverá vírgula depois dela se houver uma frase intercalada separando-a do resto da oração da qual ela faz parte.

Observe os exemplos:

Mas, apesar dos esforços, a meta não foi alcançada.

Mas, reconhece o ministro, o Brasil precisa economizar mais energia.


Mas, se o quadro não for alterado, o apagão é inevitável.


Veja que em todos os exemplos aparece uma frase entre vírgulas.

Esse detalhe é muito importante, porque uma única vírgula depois do “mas” que inicia período é indicativo de erro.

Isto é, se não forem duas vírgulas, a pontuação provavelmente estará equivocada.

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