sexta-feira, 22 de junho de 2012

Palavras ao vento - Pedro Bial

A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra
amor e se acha importantíssima por isso!
Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútil vontade de
pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau
mais triste que existe: "adeus"... Ah, é com A que se faz
"abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo em
príncipe e vice-versa...
Com B se diz "belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser
coração; e se dá a "bênção", um sim que pretende dar sorte.
Com C, "calendário", que é onde moram os dias e o "carnaval",
esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data
marcada. "Civilizado" é quem já aprendeu a cantar ´parabéns pra
você` e sabe o que é "contrato": "você isso, eu aquilo, com
assinatura embaixo".
Com D , se chega à "dedução", o caminho entre o "se" e o
"então"... Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que
falta para se chegar à perfeição e se pede "desculpa", uma
palavra que pretende ser beijo.
E tem o E de "efêmero", quando o eterno passa logo; de
"escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as
estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito. E tem
também "eba!", uma forma de agradecimento muito utilizada por
quem ganhou um pirulito, por exemplo...
F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse
assim?"; "fábula", uma história que poderia ter acontecido de
verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "fé", que é
toda certeza que dispensa provas.
A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando a
confundem com o J. G, de "grade", que serve para prender todo
mundo - uns dentro, outros fora; G de "goleiro", alguém em quem
se pode botar a culpa do gol; G de "gente": carne, osso, alma e
sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.
Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do
dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer
coisa que tenha acontecido ou sido inventada.
O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de
aniversário, queira ou não queira.
J de "janela!, por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim",
que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar
assim.
L de "lá", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do
que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando se
espreme o coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só
pode ser completamente louco.
M de "madrugada", quando vivem os sonhos...
N de "noiva", moça que geralmente usa branco por fora e vermelho
por dentro.
O de "óbvio", não precisa explicar...
P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram
que foi Deus que inventou.
Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.
E R, de "rebolar", o que se tem que fazer pra chegar lá.
S é de "sagrado", tudo o que combina com uma cantata de Bach; de
"segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo":
quando o beijo é maior que a boca.
T é de "talvez", resposta pior que ´não`, uma vez que ainda
deixa, meio bamba, uma esperança... de "tanto", um muito que até
ficou tonto... de "testemunha": quem por sorte ou por azar, não
estava em outro lugar.
U de "ui", um ài" que ainda é arrepio; de "último", que anuncia
o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade
de virar nenhum, pede cuidado.
Vem o V, de "vazio", um termo injusto com a palavra nada; de
"volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que
querem que ela queira.
E chegamos ao X, uma incógnita... X de "xingamento", que é uma
palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e
de "xô", única palavra do dicionário das aves traduzida para o
português.
Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi
usada pelo Zorro... Z de "zaga", algo que serve para o goleiro
não se sentir o único culpado; de "zebra", quando você esperava
liso e veio listrado; e de "zíper", fecho que precisa de um bom
motivo pra ser aberto; e de "zureta", que é como fica a cabeça
da gente ao final de um dicionário inteiro.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ela é O CARA!

Quando me dirijo a uma garota, posso tratá-la também por caras

Pode. Cara, equivalente de indivíduo, sujeito, é nome sobrecomum, ou seja, pode ser dirigido tanto a homem quanto a mulher.

Ex.: Ela é o máximo, é o cara!

Fonte: Sacconi.

Palavras sem classe gramatical

Há palavras que não se enquadram em nenhuma classe gramatical. Muitas vezes são confundidas com os advérbios, mas não modificam verbo, adjetivo ou outro advérbio. Recebem o nome de palavras denotativas e podem indicar:

1. Designação - eis.

Eis aqui os recibos dos impostos já pagos.

2. Realce - é que, ainda, lá, só, apenas, mas.

O telejornal é que divulgou a descoberta.
Veja o que vai dizer a ele!

3. Situação - então, afinal, mas, agora.

Então o plano não deu certo, desta vezs
Afinal, quem lhe parece o provável candidatos

4. Inclusão - também, até, mesmo, inclusive.

Ninguém compareceu à aula de reforço, nem mesmo os que mais precisavam.
Até minha avó, de mais de 90 anos, resolveu fazer um passeio.


5. Exclusão - menos, exceto, salvo, fora, apenas, só, senão, sequer.

Apenas numa loja do shopping, encontrei o CD.
Nem sequer informou a data do casamento.

6. Retificação - aliás, ou melhor, isto é, ou seja, melhor dizendo.

Nada sabemos sobre eles, ou melhor, sabemos apenas que viviam sob o mesmo teto.


Fonte: Leila Lauar Sarmento.

Numerais: algarismo romano

Na leitura dos algarismos romanos que vêm após substantivos que indicam séculos, nomes de papas ou reis e partes de uma obra, empregam-se numerais ordinais até o décimo e, depois, numerais cardinais:

Na Idade Média, no século IX (século nono), predominou o Cristianismo na Europa.
Henrique VIII (Henrique oitavo), rei da Inglaterra, foi casado com Ana Bolena.
No capítulo II (capítulo segundo), estudamos fonema e letra.
O volume XII (volume doze) desta coleção traz biografias de pintores.


ATENÇÃO: Se o algarismo vier antes do substantivo, é lido sempre como numeral ordinal:

O V episódio (quinto episódio) do romance é surpreendente.
O XI capítulo (décimo primeiro capítulo) pareceu-me mais longo.

Fonte: Leila Lauar Sarmento.

Sentidos das PREPOSIÇÕES

1. Lugar ou origem:

O aparelho é de Londres.
A família residia em Santos.

2. Direção:

Vou a São Paulo, amanhã.

3. Modo:

O remédio era tomado a pequenos goles.

4. Posse:

Reformara a casa de Fernando.

5. Tempo:

Os pescadores partiram de noite.

6. Distância:

São poucos quilômetros daqui a sua casa.

7. Instrumento:

O professor apagou o quadro com o apagador.

8. Causa:

Por ser competente, foi a escolhida.

9. Companhia:

Os pequenos andavam pelo shopping com os pais.

10. Finalidade:

Compraram o material para a reforma da escola.

Fonte: Leila Lauar Sarmento.