quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Linguajar Peculiar do baiano

 

Sua cultura de raiz resiste a essas imposições bravamente, talvez pela própria velocidade do seu povo, do jeito gostoso de vadiar, da sua riqueza ímpar, tão característico do baiano. Ela foi formada a partir dos nativos, africanos e portugueses. E durante séculos se manteve sem outras influências, consolidando de forma tenaz esta mistura que deu origem a sua riqueza. A própria televisão, veículo de grande influência, só chegou à Bahia na década de 60 e com programação local. Só na década de 70 é que passou a retransmitir programação de outros estados.

Algumas características que ajudam a manter a coesão da cultura baiana:

1)  O linguajar cotidiano típico do seu povo, praticado por todas as classes sociais:
Painho”, “mainha”, “vixe Maria”, “oxente”, “porreta”, “ó pai ó”, “meu irmão”.

São diálogos que mantém uma grande proximidade e cumplicidade:
“Êta!  Ôce tá retado mesmo”: É uma expressão muito usada para dizer que você está com a bola toda. Ou pode ser usado para indicar que alguém está aborrecido.
• “E aí, mer mão! Você é meu peixe, minha corrente”: E aí, meu camarada! Você é meu amigo, te considero muito!
“Rapaz, você fala mais que a nêga do leite”: Você é um tagarela, não consegue parar de falar.
“É nenhuma”: Tudo ok!
“Tá vendo? Fica aí dando mole”: Você está perdendo oportunidades, está “vacilando”.

Baiano não fala “Não sei”, diz “Sei lá!”. Chama de “Rapaz” e “Velho” qualquer pessoa, seja homem ou mulher. No lugar de “vamos embora”, falamos “vumbora” ou “'bora”e também pode ser dito em forma repetitiva-poética como “borimbora” que quer dizer  “vumbora embora”. Bora Bahêa porra.

O linguajar é tão típico que foi criado um Dicionário de Baianês e sobre ele falam:
Antonio Houaiss. “Para o início ou composição de um dicionário da língua brasileira, este livrinho é um primeiro documentário precioso que muito contribuirá para o registro da palavra de uso baiano”.
Márcia Gomes - Jornal do Brasil “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros,vinha da boca do povo na língua errada do povo, língua certa do povo, porque ele é que fala gostoso o português do Brasil”.

2) Os seus bairros,  ruas,  praias têm nomes indígenas, africanos que mantêm acesso no dia a dia a sua miscigenação e riqueza cultural.

Itapuã,   Piatã,  Arembepe,  Aquidabã,  Amaralina,  Itapagipe, Pituaçú,  Pituba, Tororó,  Itaparica, Jauá,  Itapagipe,  Itaigara.

3 comentários:

  1. Gostei muito do assunto, pois aqui em Mato Grosso ouvimos muito esse linguajar...

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  2. Gostei muito do assunto, pois aqui em Mato Grosso ouvimos muito esse linguajar...

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